segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A felicidade é azul





A Felicidade é Azul
Denis Cavalcante

Trata-se de um livro de crônicas, onde o autor, carioca de nascimento e paraense de coração descreve, com excepcional fluidez, acontecimentos cheios de emoção, em que bicho, planta, gente, amores, desamores, encontros e desencontros ganham força e se revelam de maneira extraordinária aos olhos do leitor.




Leia o texto abaixo para responder as questões
MEU NATAL INESQUECÍVEL
 
“ Eu pensei que todo mundo fosse filho de papai noel... “ ( Canção natalina )

Sábado último divagava entediado na rede fingindo que assistia TV, quando uma reportagem me chamou a atenção. Uma jovem de origem humilde enviou despretensiosa carta através dos correios para Papai Noel. Podem crer é verdade! Pedia uma casa para o bom velhinho, uma casa para sua sofrida e paupérrima família. Foi o bastante para lembrar-me de um natal particularmente triste para mim. Pelo menos assim eu imaginava.
Meu pai, paraense, radicado e estabilizado no Rio, vendeu tudo que tinha por lá e resolveu aventurar tomando o ita de volta pro norte, a tiracolo, eu ainda menino sedento de aventuras. Partimos a bordo de uma vemaguete carregada de bregueces pela inacabada e desconhecida Belém- Brasília ( em outra crônica vos narrarei essa inesquecível aventura ). Aqui chegando as coisas não sucederam como meu pai previa. Os negócios não iam bem, nada bem. O primeiro natal foi de vacas magras, magérrimas. Nós dois longe pela primeira vez de minha mãe e de minha irmã Denise, foi nesse momento por sinal que descobri a intensidade do amor que sentia por elas, o quanto elas faziam e fazem, falta em minha vida... Engraçado como, com a idade as recordações vêem a tona todo instante, todo momento...
Bem nesse natal, não fiz pedidos para o meu papai ( Noel ); sabia das dificuldades enfrentadas por ele no decorrer desse difícil ano. Na noite de natal, acompanhei-o apreensivo, olhar perdido, pensativo, perscrutava o teto, a procura de uma saída, a procura de um milagre. Não havia arvore de natal, muito menos presentes. Após a prece proferida ceiamos calados o peru engordado por meses no fundo do quintal; a farofa de miúdos, o panetone caseiro; lembro também até hoje do sabor acre e rascante do vinho tinto e seco, seco como aqueles tempos.
            Subi para o meu quarto e quase que imediatamente adormeci. Não esperava e nem de longe pensei em cobrar ou ganhar presentes. Qual não foi minha surpresa ao acordar pela manhã ainda sonolento com a lambida melada de um filhote de pastor alemão em cima de minha cama. Não sei que sacrifícios meu amado pai fez, para me presentear com esse inesperado e inesquecível presente. Lembro sim dos seus olhos marejados de satisfação com minha indisfarçável alegria.
Enquanto pela manhã na rua meus amigos, desfilavam orgulhosos com suas brilhantes bicicletas, reluzentes patins, patinetes, sacos com multicolores petecas; eu, mostrava orgulhoso meu presente de natal, meu cão; fui o único a ganhar o inesperado! O natal que prometia ser sombrio, passou a ser meu natal inesquecível. Não só pelo presente inesperado, mas principalmente porque á partir desse instante, passei a dar valor a coisas que antes me passavam desapercebidas: o Deus que habita as pequenas coisas, a família , a arte da renúncia, o amor, enfim, a vida.
Bem voltemos ao inicio da crônica, qual foi minha surpresa também ao ver ainda na TV, o gesto altruísta de anônimo doador, de origem humilde (como ela) que presenteou a jovem missivista com um terreno, para que os vizinhos em mutirão, construírem no futuro a tão sonhada casa, o tão sonhado lar.
Tantos lamentando a sorte, lamentando a vida, quando já tem um cantinho só seu pra morar, um frango á mesa, um ombro amigo, uma família reunida ao pé da arvore natalina, um presente a ser dado, outro a ser recebido. Coisa boa!
O natal desse ano promete, pode até não ter presentes cinematográficos, vistosos, caríssimos, mas terá com certeza: união, paz, saúde, amor, muito amor! Todos imbuídos com o mesmo objetivo: lembrar a chegada do Deus menino, do Cristo salvador.

1 – O texto em estudo pertence ao gênero:
a)      Épico
b)      Dramático
c)      Narrativo moderno
d)      Lírico

2 – Que características do texto comprovam que ele pertence ao gênero literário marcado? 
R.: ...............................................................................................................
3 – Responda: 
a)      O que fez a personagem relembrar um momento triste de sua vida? Que momento foi este?
R.: ....................................................................................................................................
b)      Que sonho ressalta o texto?
R.: ........................................................................................................

c)      Justifique o título do texto.
R.: ...............................................................................................................................

4 – Retire do texto: 
a)      Uma gíria;
R.: ..................................................................................................................................
b)      Palavras características da linguagem falada;
R.: ....................................................................................................................................

5 – São exemplos de linguagem não verbal:

a) sinais de trânsito e uma conversa informal entre alunos e professores.
b) cores das bandeiras e dos semáforos.
c) cantigas infantis.
d) apitos e discursos políticos

6 – Considerando uma partida de futebol, podemos dizer que só não é texto não verbal: 

a) os cartões amarelos e vermelhos do juiz.
b) as listras pretas das camisas dos bandeirinhas.
c) o som do apito do juiz.
d) os gritos de gol da torcida.



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