quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A importância do computador na escola



O computador é um recurso muito útil para o desenvolvimento de uma aula, haja vista que é uma ferramenta acessível aos alunos. Hoje se pedimos a um aluno para ir escrever ou responder algo no famoso quadro-negro ele dirá que não tem habilidade, que sua letra é feia, mas se o pedido for uma questão envolvendo o computador como ferramenta, certamente, ele não se recusará.
As aulas com apresentação de slides ficam bem mais atrativas, principalmente no que se refere a literatura infanto juvenil. Contar uma história de modo que todos possam acompanhar as ações dos personagens e fundamental para sua compreensão.

O Lúdico na Literatura

Parlendas, cantigas de roda e brincadeiras

Lenice Gomes



É necessário compreender o processo de alfabetização a partir de usos e valores da leitura e da escrita.

A leitura e a escrita possuem uma existência social. Desse modo, seus usos e funções não podem ser desconsiderados pela escola, pois alguém só aprende a ler e escrever porque entende o para quê e o porquê faz isso. Para que o indivíduo (aluno) descubra as funções da língua escrita – registrar, transmitir, obter conhecimentos, comunicar idéias, fatos, sentimentos, divertir – é preciso criar situações em que a escrita seja usada funcionalmente, com finalidades que se assemelhem aos usos que lhe são atribuídos no dia-a-dia de uma sociedade de uma sociedade letrada. Assim, mais do que ler, é necessário leiturizar, ou seja, compreender o processo de alfabetização a partir de usos e valores da leitura e da escrita. Propõe-se, entretanto, deixar a criança fascinada pela leitura e pela escrita, a fim de que como leitor e como escritor, possa escrever, com maior plenitude seus direitos e deveres de cidadão.

O próprio D. W. Winnicott, evoca que é no brincar, e talvez apenas no brincar que a criança ou o adulto frui a liberdade de criação.

No brincar, a criança expressa suas emoções e necessidades, utilizando sua sensibilidade e intelecto. A brincadeira é a forma própria de a criança dar sentido ao mundo. Ela é mediadora da relação criança/mundo. Através da brincadeira, a criança poderá penetrar em textos, cabendo, dessa froma, ao professor experimentar as mais variadas formas de linguagem.

As cantigas de roda, as parlendas e as brincadeiras apresentam-se como recurso para a leitura “lúdica” (os jogos) e para a introdução da criança no mundo da leitura. As parlendas contêm, de certa forma, um enunciado lúdico pedagógico pela sua froma, ritmo, desenvolvendo o aspecto psicossocial da criança, pois a sua linguagem é simples e atraente. Em contato com as parlendas, a criança poderá dar os primeiros passos para a comunicação verbal.

A convivência com as parlendas, as cantigas de roda e as brincadeiras, remete a criança a uma relação com a linguagem lúdica (os jogos) e poética.

Vê-se dessa forma que, ao trabalhar “as parlendas” em sala de aula, o professor coloca a criança em contato com o saber popular, esse popular que muitas vezes é imprescindível no avanço da Literatura Infantil, pois, muitos dos clássicos da Literatura Infantil “nasceram no meio popular (ou em meio culto e depois se popularizaram em adaptações)” Nelly Novaes Coelho; p. 20, 1982.

Pode-se dizer que o primeiro contato que a criança tem com a poesia ocorre no berço, através das cantigas de ninar e prosseguir com as cantigas de roda e quadrinhas populares.

Os jogos de palavras, as nomatopéias, as repetições e as rimas contidas nessas cantigas nas parlendas agradam muito às crianças.

Através da repetição, a criança memoriza quadrinhas e canções inteiras, muitas vezes sem entender-lhes o significado, pois o que importa nesse momento é a sonoridade, a cadência e o ritmo dessas composições (parlendas).

Fica evidente que parlendas, cantigas de roda podem ter um papel importante no processo de alfabetização, não só pela sua familiaridade com o discurso da criança mas também porque permite à criança conquista de linguagem.

Estudos realizados por Emília Ferreiro. “A criança não vivencia o processo de alfabetização como uma sucessão de conquistas, mas como uma experiência de conflitos”. Logo, não se pode pensar a alfabetização sem considerar a criança sujeito cognoscente – alguém que constrói, interpreta e dá significados ao que lê. Se a leitura do signo lingüístico, implica a leitura do mundo que esse signo nomeia, o processo de alfabetização passa a ser entendida como um “tomar posse” do mundo através da linguagem escrita. Restabelecendo o elo entre ler e escrever, a aprendizagem torna-se centro do processo sujeito de sua escrita e do seu dizer.

Fica evidente que desse modo, é importante perceber a importância do papel que a Literatura pode desempenhar para os seres em formação. Daí a necessidade da Literatura Infantil junto ao processo de alfabetização, pois a mesma poderá alegrar, devertir ou emocionar o espírito de pequenos leitores ouvintes, levando-os de maneira lúdica, fácil, a perceberem e a interrogarem a si mesmos e ao mundo que os rodeia, orientando seus interesses, suas aspirações, sua necessidade de auto-afirmação ou de segurança, ao lhes propor objetivo, idéias ou formas possíveis (ou desejáveis) de participação social.

Ao se estudar a história das culturas e o modo pelo qual elas foram sendo transmitidas de geração para geração, verifica-se que, na transmissão de seus valores de bases, a literatura foi o seu principal veículo literatura oral ou literatura escrita foram as principais formas pelas quais recebeu-se a herança da tradição que cabe transformar, tal qual foi feito anteriormente, com os valores herdados e, por sua vez, renovados. É preciso que seja instrumento de fundamental valor para uma nova concepção de alfabetização, a qual leve em consideração o referencial trazido pela criança, através das canções, quadrinhas, etc. Portanto, faz-se necessário um passeio pelo universo infantil (mundo das fadas), oportunizando à criança vez e voz, a fim de que ela viva a leiturização na sala de aula.

Lenice Gomes é graduada em História, Especialista em Literatura Infanto-Juvenil, Pesquisadora da Cultura Popular. É Contadora de Histórias Infantis, autora de livros infantis.